O pastor pede aumento

“Maldito aquele que faz a obra do Senhor relaxadamente” (Jr 48.10a).

Gostaria de aproveitar esta oportunidade para pedir aumento. Por quê? São muitas as expectativas em torno de um pastor e quero compartilhar algumas delas com vocês. Muitos acham que o pastor é um fazedor de milagres. Outros acham que ele é um super homem, que jamais falha, que não adoece, nem cansa, e que é pago para resolver tudo na igreja.

Para outros, ele é o único responsável por tudo na igreja. Se ela prospera, o êxito é de todos, mas se ela fracassa, o pastor é o único responsável. Se tudo vai bem, o pastor não faz mais do que sua obrigação, mas se as coisas não vão bem, a culpa é do fraco desempenho pastoral.

Outros acham que ele nunca resolve nada e está sempre fazendo outras coisas em vez de cuidar do rebanho, visitá-los e tomar cafezinho. Infelizmente, há aqueles que o tem como mercenário, achando que sempre que o pastor tem a oportunidade está pedindo dinheiro para a igreja porque o que ele quer é aumento de salário.

Porém, aproveito, não para pedir aumento de salário, mas como seu pastor, insistentemente, em caráter irrevogável estou pedindo aumento.

Peço aumento de disposição das ovelhas em trabalhar mais, contribuindo assim para o crescimento da Igreja (At 2.41). Peço aumento de ovelhas comprometidas com os trabalhos regulares da Igreja; peço aumento de discípulo real e não virtual, pois muitas ovelhas têm tempo e disposição para ir a qualquer outro lugar, menos à Igreja.

Peço aumento da visão e prática missionária numa ação evangelizadora mais ousada, pró ativa na vida de cada membro da Igreja e nas ações dos ministérios, afinal somos “uma família vivendo e pregando o Evangelho de Cristo”.

Peço aumento da fidelidade integral ao Senhor e à Sua Palavra, ao plano de ação da igreja, aos votos de membros assumidos, e submissão à autoridade para que nossa unidade nos fortaleça.

Neste sentido, estou pedindo aumento. Aumento do amor cristão nos relacionamentos interpessoais, fraternais e comunitários (I Jo 1.7,2-9). Aumento da unidade do Espírito, a fim de que a igreja viva intensamente como templo do Espírito Santo (I Co 3.16). Peço aumento de “tudo que é verdadeiro, tudo que é respeitável, de tudo que é justo, de tudo que é puro, de tudo que é amável, de tudo que é de boa fama” (Fl. 4.8) - (quantas vezes já solicitei este último aumento...).

Peço aumento de servos e servas para que, na multiplicidade dos dons do Espírito Santo, cada um descubra, desenvolva e use o dom recebido para edificação no corpo de Cristo, expansão do reino de Deus e glorificação do Senhor Jesus (I Co 12.14-17).

Peço aumento super abundante da graça de Deus em sua vida e nas atitudes da igreja, e que Deus trate com misericórdia os chamados “assassinos da graça”, legalistas, fariseus, que colocam jugo sobre os outros fazendo exigências ou comentários que escravizam e não liberta.

Peço aumento de crentes tolerantes e submissos porque a intolerância é uma fraqueza dos rebeldes, e rebelião é igual ao pecado de feitiçaria.

Peço aumento de santidade em família, para gerar uma Igreja santa; aumento de oração para que nossa Igreja seja reconhecida não pela placa denominacional, mas pelo nosso amor e maneira de relacionar e acolher uns aos outros.

Peço aumento de líderes servos para aliviar a carga pastoral e ajudar diante de tantas necessidades; para acolher e integrar os crentes novos.

Peço aumento da adoração, aumento de humildade e simplicidade, menos crítica, fofoca, perfeccionismo, porque somos chamados a tratar e curar gente e não ferir, humilhar e discriminar.

Peço aumento de maturidade, para que alguns abandonem o comportamento doentio, carente, e parem de murmurar contra a Igreja e a obra de Deus.

Finalmente, peço aumento do espírito de gratidão porque tudo o que conquistamos como igreja, nos últimos anos, foi pura graça de Deus e não por mérito humano. Que o Senhor nos abençoe!